INVESTIR EM UMA FRANQUIA RENTÁVEL FICOU AINDA MAIS ATRAENTE

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Na visão de especialistas no Brasil e no exterior, o ano de 2021 deverá ser um dos melhores pelo menos para um tipo de atividade: o setor de franchising, que passará por um boom no período pós-COVID 19! Quem diz isto nos EUA é ninguém menos que Mark Siebert, ex-CEO da Francorp, a maior consultoria em franchising dos EUA, e atualmente CEO do i-Franchise Group. E no Brasil, Daniel Bernard, fundador e Diretor Geral da NetplaN Consultoria, antevê cenário semelhante, porém em parte por razões distintas.

Mas quais seriam os motivos para tamanho otimismo por parte de consultores dentre os mais experientes e reconhecidos no setor de franchising?

“No momento em que este artigo foi redigido (20 de junho de 2020) temos muitos negacionistas e alarmistas em seu posicionamento diante da pandemia. E no meio termo, temos os pragmáticos, que vêm buscando caminhos e soluções para empresas dos mais diversos portes e setores”, afirma Daniel Bernard, economista e Mestre em Administração pela FEA-USP e um seguidor confesso do pensamento de Aristóteles. “O equilíbrio está no meio, é tudo uma questão de intensidade”, afirma Bernard, responsável pela estruturação de cerca de 350 redes e mais de 17 mil pontos de venda ao longo dos últimos 28 anos.

Haverá um grande número de desempregados em todo o mundo, e em particular nos EUA e no Brasil, que não encontrarão facilmente novos empregos formais e partirão para a montagem de um negócio próprio independente ou uma franquia, seja por necessidade ou por oportunidade. “Nesta nova circunstância, que está sendo chamada pelos marqueteiros de plantão de novo normal, toda família brasileira deveria ter uma empresa”, afirma Bernard. Pessoas com salários formais acima de R$ 5 mil já vinham montando MEIs ou MEs e sendo contratados como Pessoa Jurídica, e este movimento deverá se intensificar.

A injeção de recursos públicos na Economia está demorando para chegar, mas chegará, às empresas formalizadas e para as mais estruturadas, que tinham cadastro positivo até a véspera da pandemia. “E pela primeira vez na História do Brasil, valerá mais à pena investir em atividade produtiva no lugar de viver de aplicações financeiras, o que por si só é algo revolucionário! Viúvas ricas, profissionais liberais e até mesmo os mais conservadores funcionários públicos acabarão precisando mudar de posição e diversificar seus investimentos”, de acordo com a percepção de Bernard.

A pandemia deixará muitos legados, e um deles é que o dinheiro trocará de mãos. Sairão fortalecidos segmentos como o agrícola, no qual o Brasil é macropotência mundial, e o segmento de negócios que operam em rede, no qual se destacam as franquias bem estruturadas, rentáveis e duradouras, cujo rendimento supera em muito as melhores aplicações financeiras ora disponíveis, e tornarão estas opções de investimento ainda mais atraentes.

Já são 2,5 milhões de investidores em Bolsa de Valores no Brasil, mas deve-se lembrar que ali é um investimento de ato risco e não se investe no próprio trabalho e sim se aposta no trabalho de terceiros. Como resultado, 92% destes investidores perdem dinheiro. Bitcoins é algo igualmente especulativo e não conta com lastro nem garantias, é para especuladores. Quando as pessoas pensarem em investimentos de risco moderado ou administrável, com maior grau de controle do que outras opções de investimento, buscarão uma boa franquia. Haverá forte aumento de interesse por opções para este público em 2021. É aguardar para conferir!

CENÁRIO MACROECONÔMICO EM 2020

Já passamos por muitos ciclos econômicos bastante radicais desde os anos 80. A novidade é que nunca antes na história do nosso país tivemos uma taxa de juros real tão baixa! Do momento que a Selic baixou 0,75 pontos e atingiu 2,25% ao ano, e a inflação anual atingiu a faixa de 1,88% ao ano, isto passou a significar que a taxa básica de juros (juro real) está hoje na faixa de 0,37% ao ano! “Ora, isto muda a base e a estrutura da Economia brasileira”, afirma Bernard!

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o termômetro oficial da inflação no Brasil. E ele tem caído drasticamente no Brasil desde o início de 2020! Veja o quadro-resumo a seguir:

Tabela 1: IPCA 2020

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Fonte: https://www.dicionariofinanceiro.com/ipca/

Esta taxa de juros real extremamente baixa irá afetar diretamente boa parte dos investimentos a partir de agora.

Nos níveis atuais, não está valendo a pena deixar dinheiro parado na poupança ou em CDBs, as aplicações mais comuns oferecidas por bancos. Veja o rendimento anual de uma aplicação financeira no Brasil neste momento, a continuar com os níveis de taxas de juros de maio de 2020:

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Ou seja, estamos falando de um rendimento irrisório para aplicações financeiras conservadoras. Como consequência, estas taxas de juros baixas tornam o Brasil um destino menos atraente para o capital internacional, se comparado a outros países em desenvolvimento. Por outro lado, repare que ainda é melhor investir no Brasil do que em diversos países do mundo, onde as taxas de juros reais passaram a ser inclusive negativas! Veja o quadro a seguir:

 

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Este rendimento mais baixo explica a recente saída em massa de dólares do Brasil, o que gera consequências do ponto de vista macroeconômico bastante previsíveis pelas autoridades monetárias.

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Recentemente, o Ministro da Economia Paulo Guedes identificou que o forte peso do endividamento do Governo Federal nas contas nacionais é um dos nossos pontos críticos e aproveitou a forte desvalorização do Real para vender moeda no mercado futuro e assim lucrar cerca de R$ 500 bilhões por meio de um swap cambial e assim reforçar o caixa do governo e quitar dívidas utilizando parte das grandes reservas em dólar que o Brasil vinha mantendo.

Fonte: https://www.poder360.com.br/economia/bc-deve-passar-ao-tesouro-r-500-bilhoes-de-lucro-com-dolar-diz-jornal/

Esta medida foi cirúrgica e deverá reduzir o risco e aumentar o rating Brasil, que conseguirá contrair novas dívidas a juros muito mais baixos e voltar a poder investir, algo que não tem sido nada fácil diante de um orçamento dominado por despesas compulsórias e que deixava pouco recursos para novos investimentos.

CENÁRIO MACROECONÔMICO EM 2021

O resultado final de tanta mudança ninguém consegue estimar ao certo, pois isto depende de muitas variáveis incontroláveis, as famosas “externalidades”, sendo o principal determinante da intensidade do impacto econômico da pandemia a sua duração e controle. O que já sabemos é que a quarentena será mais longa no Brasil do que em outros países pela dificuldade de gestão da crise por parte do governo, pela demora no socorro financeiro e dificuldade do povo em confiar no governo e em seguir regras algumas vezes emitidas de modo contraditório nos diferentes níveis (Federal, Estadual e Municipal) em função das decisões recentes do STF. Diante de uma quarentena decretada por questões de saúde pública, a grande questão que envolve uma decisão técnica e ao mesmo tempo política será a decisão do momento da retomada das atividades econômicas. Se este retorno está ocorrendo num prazo de 12 a 20 semanas em países desenvolvidos que seguiram as determinações de seus governos à risca, o brasileiro médio resolveu arriscar a vida e voltou ao trabalho mesmo antes que as taxas de contágio estivessem controladas, temendo ficar sem renda e com fome, portanto por insegurança. Os governantes dos EUA e do Brasil, duas das maiores democracias do mundo, temem a desobediência civil e não conseguem criar condições viáveis para as pessoas permanecerem em casa numa proporção suficiente para conter o avanço da pandemia. Não por acaso, eram os países com mais casos de contágio no mundo em junho de 2020. Ora, esta reação em cadeia aumentará a duração da quarentena e portanto aumentará a quebra de empresas no Brasil. E ainda tem o risco de repique da pandemia no retorno às atividades, portanto o ambiente de incerteza seguirá até o surgimento de uma vacina confiável, aguardada para o início de 2021.

CONSEQUÊNCIAS E RESULTADOS

Quem foi pego desprevenido e ficou sem crédito lamentavelmente acabará cedo ou tarde fechando sua atividade comercial e muitos pontos comerciais excelentes antes inacessíveis mudarão de inquilino. Pequenas empresas e negócios informais serão os mais prejudicados.

Por outro lado, pode-se antever que quem conseguiu acesso a capital de giro até março deste ano e mantém uma atividade rentável no pós-COVID sairá fortalecido da pandemia. Grandes empresas que anteviram o cenário da pandemia, como Arezzo e Magalu, levantaram caixa para aguentar longos períodos com redução de faturamento e investiram em soluções de e-commerce e em trabalho home based, de modo alinhado às mudanças no comportamento do consumidor, portanto devem sair relativamente fortes em 2021 e perderão menos talentos de suas respectivas equipes. E há negócios antifrágeis que têm se fortalecido diante deste cenário, basta observar os setores que tiveram aumento de demanda (delivery, serviços de telecomunicação, fornecedores do setor agrícola, saúde, medicamentos, negócios digitais, etc.).

A Associação Brasileira de Franchising (ABF), muito atenta à demanda por crédito por parte de suas redes associadas, está auxiliando na negociação com bancos e instituições financeiras. Microfranquias e negócios com acesso a financiamento serão os mais beneficiados. O setor de franchising responde por cerca de 2,6% do PIB brasileiro. É o momento de unir forças e reforçar o papel e o peso das franquias na Economia Brasileira!

Daniel Alberto Bernard, 53, é fundador e Diretor Geral da NetplaN Consultoria.

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