1 – Aumento das Microfranquias
A definição da Microfranquia envolve basicamente a aplicação em microescala do sistema de franquia, porém sua natureza não é limitada a este quesito. Na verdade, a Brigham Young University (BYU), uma entidade educacional que tem estudado e conceituado em profundidade a Microfranquia através da Marriott School, de modo que permanece como uma das fontes mais credíveis sobre este assunto, define-a como um “sistema de replicação simples usando conceitos comerciais e operacionais de sucesso comprovado”.
O conceito de microfranquia, utilizado em outros países, foca na ideia deste ser um instrumento para a erradicação da pobreza, inclusive a extrema (classes D e E), e confunde o conceito de franquia com outros sistemas afins porém distintos, como licenciamento, concessão comercial, representação comercial, cooperativa ou centrais de compras.
Quadro desenvolvido por Jason Fairbourne, do BYU
A partir de 2008, o Banco Mundial/BID/FUMIN selecionou o INSTITUTO TOMODATI, sediado em Maringá-PR, como agente divulgador e multiplicador de microfranquias no Brasil. A NetplaN foi a consultoria especializada selecionada pelo BID para adaptar o conceito mundial, criar e desenvolver o conceito de microfranquias, de modo adequado ao mercado brasileiro. O INSTITUTO TOMODATI conta com o apoio financeiro e institucional do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e do FUMIN – Fundo Multilateral de Investimentos, e tem como objetivo de capacitar o mercado para esse segmento promissor, tendo sido capacitados mais de 20 consultores, executivos e prestadores de serviços em 2011.
A definição da microfranquia no Brasil implantada pelo INSTITUTO TOMODATI é mais restrita do que o conceito aceito no exterior, e segue a legislação específica – Lei 8955/94 – que regulamenta o sistema de franchising no Brasil.
Deve ser observado que persiste o objetivo de aumentar o acesso de uma população, em sua maioria no caso brasileiro das classes B e C, ao mercado consumidor e às modernas ferramentas de gestão disponibilizadas por redes de franquia bem estruturadas.
Diferenciais e benefícios do sistema de microfranquias:
a) Negócios que requerem um investimento inicial inferior a R$ 90 mil, ou 3 vezes a renda per capita do país
b) Microfranquias há anos segue sendo o tema mais buscado no Portal do Franchising da ABF!
c) A nova fronteira do sistema de franchising!
d) Une os 3 objetivos: baixo custo de entrada, payback relativamente rápido, negócio estável e duradouro
e) Atende adequadamente à demanda por franquia no Brasil ainda não suprida (dentre os cerca de 600.000 interessados em franquias no Brasil, 70% buscam negócios com investimento inicial abaixo dos R$ 100.000). No entanto, somente 20% das franqueadoras atendem a este quesito.
e) Estratégia para expansão de negócios em rede em grande escala
f) Estratégia de interiorização de negócios
g) Requer franqueadores bem estruturados, com forte controle centralizado de gestão e com custos viáveis de supervisão e controle
2 – LEGISLAÇÃO MAIS FLEXÍVEL
No Brasil, a lei 12.441, de 11/07/2011, alterou a Lei 10.406 (Código Civil) para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI). Afinal, cerca de 68% das empresas no Brasil são empresas do “eu sozinho”, as Sociedades Limitadas muitas vezes são montadas por um empreendedor e um familiar ou aligo que não atua diretamente no negócio.
A Lei Complementar nº 128/2008 que alterou a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar nº 123/2006) criou a figura do Microempreendedor Individual. MEIs são modalidades muito interessantes que devem ser utilizadas por microfranqueados ou mesmo para seus colaboradores. Na Coreia do Sul, a maioria das empresas operam num formato similar à MEI brasileira, o que explica a grande quantidade de franqueados naquele país.
A Lei nº 13.352/2016, conhecida como a Lei do Salão Parceiro, entrou em vigor no dia 26/01/2017 e estimulou a montagem de barbearias, salões de beleza e clínicas de estética. A nova lei alterou a Lei nº 12.592/12, que tratava sobre o exercício de atividades profissionais autônomas, tais como as de cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, pedicures, depiladores e maquiadores. Assim, o empreendedor deixou de ser obrigado a assinar a carteira desses profissionais, facilitando a construção de uma boa equipe e melhorando a gestão de seus recursos humanos e financeiros, conforme a demanda do mercado. Desde então, esta maior flexibilidade na contratação de prestadores de serviços segue se espalhando para outros setores.
O faturamento médio de uma franquia no Brasil está na faixa de R$ 1 milhão por ano, abaixo de R$ 4,8 milhões, portanto a maioria opera pelo Simples, o que representa uma Economia Legal de Impostos.
3 – MAIOR QUANTIDADE DE REDES COM MARCA REGISTRADA
Atualmente o tempo médio que se leva para registrar uma marca no Brasil caiu substancialmente. Se no passado estimamos em cerca de 30% as franqueadoras com marcas requeridas porém ainda não registradas, este percentual tende a se reduzir rapidamente em função da maior agilidade e desburocratização por parte do INPI.
http://www.inpi.gov.br/noticias/inpi-registra-alta-em-decisoes-e-queda-em-estoque-de-pedidos/view
4 – USO INTENSIVO DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Para 2019, o uso de Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Machine Learning tende a ser utilizado com mais intensidade por redes de franchising. A Beetools, rede de escola de inglês formatada pela NetplaN Consultoria e lançada na ABF Expo São Paulo em junho de 2018, utiliza 30 inovações tecnológicas em seu conceito de negócios disruptivo e já comercializou dezenas de unidades franqueadas e tende a ampliar rapidamente sua rede.
5 – MAIOR ACESSO A LINHAS DE CRÉDITO
Toda rede precisa dispor de capital e de crédito, algo que ficou mais escasso entre 2014 e 2018. Para 2019, as redes “sobreviventes à crise” terão acesso a diversas linhas de crédito que se somarão às linhas tradicionalmente oferecidas pelo Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Banco do Nordeste, Santander, Barigui Crédito, Banco Inter e BV Financeira (da qual somos correspondentes bancários). Empresas com cadastro positivo devem obter crédito a taxas mais atraentes.
6 – BUSCA POR MAIS QUALIFICAÇÃO E SUPORTE DE GESTÃO
Poucas franqueadoras deixam claro o que fazem com a taxa inicial e os royalties recebidos e como gerenciam estes recursos. Investimentos em capacitação de franqueadores e de franqueados e a prestação de serviços iniciais e contínuos segue sendo uma dificuldade das redes brasileiras. É comum que fluxos irregulares de arrecadação de taxas impeçam franqueadoras de reerguer unidades franqueadas pois franqueados deixam de pagar taxas justamente quando mais precisam de ajuda. Consultorias como a NetplaN detêm o know-how necessário para suprir esta demanda, inclusive com soluções em EAD e newsletters.
http://netplanconsultoria.com.br/cursos
7 – NOVOS FORMATOS ORGANIZACIONAIS E SCALEUPS
Incubadoras e aceleradoras de franquias em condições de multiplicar as melhores práticas, CSC (Centros de Serviços Compartilhados) e grupos que passam a expandir diversas redes de perfis complementares seguem em alta. Fundos de investimento estão encontrando nas franquias bem gerenciadas e com compliance e governança corporativa boas oportunidades de investimento.
8 – INTERNACIONALIZAÇÃO DE REDES
Segue alta a demanda por franquias brasileiras no exterior, sobretudo em regiões com maior concentração de brasileiros vivendo no exterior, como na Florida e em Portugal. Como os executivos brasileiros não dominam outros idiomas e visitam o exterior a turismo ou para fazer cursos rápidos, muitos franqueadores se tornam exportadores experimentais e abrem mercados mas não conseguem mantê-los. Para suprir esta carência, consultorias como a NetplaN montaram estruturas no exterior para permitir estratégias de expansão sustentáveis no Longo Prazo com sensibilidade a diferenças culturais. A Globally Franchise é sediada em Madri e juntou consultorias da Espanha (Mundofranquicia), Mexico (Mundofranquicia), Italia (Franchise Way) e Brasil (NetplaN) na exportação e importação de franquias. No link abaixo, ver Guia de Orientação para a internacionalização de franquias, desenvolvido pela NetplaN para o SEBRAE e para a ABF.
9 – SETORES DE ATIVIDADE EM ALTA
Segundo dados da ABF, o Brasil é o quarto país do mundo em número de franqueadores e o sexto em número de franqueados. Concentradas em São Paulo e no Rio de Janeiro, muitas novas redes têm surgido sobretudo com sede na Região Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e no Nordeste. Para 2019, estimamos uma retomada na expansão no número de redes, sobretudo nos segmentos de serviços especializados, beleza, saúde, educação, informática e negócios que possam operar com pouco ou nenhum estoque, no formato homebase ou fora de shopping centers de alto custo fixo. Alimentação natural e saudável segue em alta, com tendência de fortalecimento dos suplementos nutricionais e nutracêuticos, destinado ao público com intolerância alimentar ou necessidades específicas.
www.netplanconsultoria.com.br/clientes
www.portaldofranchising.com.br
Daniel Alberto Bernard é fundador e Diretor Geral da NetplaN Consultoria, atua com mais de 310 redes de franquias no Brasil e no exterior desde 1989.